Comida hipercalórica e elogio da magreza
Já se apercebeu que o Mundo da comida hipercalórica cresceu e tomou a forma de um paradoxo?
Há a tentação permanente da comida aliciante e cheia de calorias, a distribuição armadilhada dos supermercados, a publicidade de comida que preenche uma boa parte do tempo no ecrã da televisão, as receitas com natas molhos, os doces deliciosos. E ao mesmo tempo, em paralelo, na página ao lado, no minuto seguinte da televisão, está presente o elogio da magreza!!!!
Sobretudo no universo das mulheres, o emagrecimento, a perda de peso, a magreza, são apresentados como um valor maior de sedução, de sucesso, de força de vontade.
As receitas milagrosas, as chaves do segredo para comer sem engordar, os truques para enganar a fome, os produtos «naturais» para emagrecer, as massagens, os cremes, os comprimidos, as clínicas de emagrecimento são uma indústria e um comércio que ocupam uma faixa importante da economia.
As principais vítimas deste paradoxo são as mulheres.
Algumas delas são o elo mais fraco da cadeia, as mulheres com bulimia nervosa, que resolvem o paradoxo de uma forma secreta: comem e descomem … transportando consigo um sofrimento diário, constante, obsessivo. São vítimas deste modelo de sociedade.
No entanto, nenhum dos métodos milagrosos apregoados pode resolver a questão simples que é a acumulação do excesso que entra e não sai. Por mais voltas que se dê a solução será sempre entrar menos e sair mais.
Não há volta a dar-lhe.
Ou seja, se ingerir 2000 calorias e gastar 2000 calorias, não engorda nem emagrece. Se ingerir 2500 e gastar 2000, engorda. Se ingerir 1500 calorias e gastar 2000 emagrece.
Esta é a aritmética contra a qual não há milagres. É melhor cair na real e assumir o problema.
Nesta sociedade de consumo compra-se quase tudo, mas a magia de poder comer de mais e não engordar, não está à venda …
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