sexta-feira, 15 de abril de 2011

ALÉM DE POBRES...DOENTES!!!

A obesidade está a tornar-se o maior problema de saúde pública do País e pode vir a agravar-se nos próximos anos por causa da crise económica – as pessoas têm menos dinheiro e procuram os alimentos mais baratos, com mais calorias.


Segundo a Direcção-Geral da Saúde (DGS), mais de um milhão de portugueses são considerados obesos – 518 237 mulheres e 485 090 homens. Mais: 53,3% de homens e 27,8% de mulheres estão num nível de pré-obesidade e subirão de nível se não mudarem rapidamente de hábitos de vida e alimentares.


O problema não é novo mas agora está a atingir proporções preocupantes. "É um problema social, de uma sociedade violenta que não deixa respirar as pessoas", reconhece Carlos Oliveira, presidente da Associação de Doentes Obesos e ex-Obesos de Portugal (ADEXO).


Pedro Graça, coordenador da Plataforma contra a Obesidade da DGS, partilha do mesmo sentimento, mas culpabiliza também a crise. "Nos últimos anos assistimos ao crescimento preocupante da pré-obesidade e obesidade em todas as faixas etárias, em paralelo com diversas medidas de austeridade que têm vindo a reduzir drasticamente o poder de compra dos cidadãos", adianta o responsável. E concretiza: "Os alimentos mais obesogénicos, ou seja, os mais calóricos por gramas de peso, actualmente à disposição do consumidor, tendem a ser os mais baratos". Ou seja, diversos factores modificaram de tal forma a maneira de produzir os alimentos que quanto mais calorias tiver um produto alimentar mais baixo é o preço.


Perante este cenário "alarmante", os serviços de saúde respondem "dentro das possibilidades" às necessidades dos doentes. "Há muito a fazer porque hoje, por exemplo, cerca de oito mil pessoas aguardam por uma primeira consulta", diz Carlos Oliveira, presidente da ADEXO.