sexta-feira, 12 de agosto de 2011

CRISE ECONÓMICA AUMENTA OBESIDADE

A crise económica está a aumentar o número de obesos e o número de pessoas que têm doenças relacionadas com a obesidade, como diabetes, hipertensão e doenças coronárias.


O facto de as pessoas terem menos dinheiro faz com que comprem alimentos mais baratos – com mais calorias, açúcar, sal e gordura. E a possibilidade de existirem cortes no orçamento para o tratamento cirúrgico da obesidade agrava outras doenças, alertam os especialistas. Portugal tem um milhão de obesos.


«Todas as doenças relacionadas com a obesidade ficam resolvidas através da cirurgia. Espero que, a haver cortes, não seja por esta via. Se houver cortes, pode haver redução de custos, mas os doentes continuam com obesidade, diabetes, hipertensão e os fármacos para estas patologias não são baratos», disse o presidente do grupo técnico de acompanhamento para o tratamento cirúrgico da obesidade, Silva Nunes.


«A obesidade é mais prevalente em estratos sócio-económicos mais pobres, porque preferem os produtos mais calóricos, que se aguentam mais tempo na prateleira e são mais baratos», acrescentou o coordenador da Plataforma contra a Obesidade da DGS, Pedro Graça. «Vamos continuar a ter o fast food como base da alimentação, porque é mais barata. As pessoas têm menos tempo e a questão do IVA nos alimentos está a penalizar quem tem pouco dinheiro», lembrou o presidente da Associação de Doentes Obesos e ex--Obesos de Portugal, Carlos Oliveira.


O Ministério da Saúde gastou cerca de 10 milhões de euros em cirurgias e cuidados com doentes obesos. Através do Programa de Tratamento Cirúrgico da Obesidade, cada hospital, reconhecido como centro de tratamento de obesidade, recebe um orçamento para a realização da cirurgia e para assegurar os cuidados ao doente durante os primeiros três anos. Uma banda gástrica custa 5.600 euros e um bypass 7.150 euros. Em 2010 realizaram-se 1.800 operações.